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A uma hora da minha pátria, a legalidade do disco que me controla a vida, obrigou-me a fazer uma paragem numa “estacione de servicio”, aproveitei o tempo para dar de comer ao estômago que contrariamente a estas legalidades de discos não o faria por estar tão perto da minha fronteira;

Encostado ao balcão, sozinho conversando com o meu outro eu, deglutindo a minha salada russa e a minha canha, apreciava uma empregada que logo na entrada os nossos olhares se cruzaram, coincidência talvez ou quimica?
Agradável de se apreciar na perspectiva exterior, o seu olhar queria dizer-me algo que me deixou na incerteza de quem talvez precisasse de conversar ou até talvez na mesma curiosidade simples de observar e nada mais.

A jovem senhora, vestida como a “moda”manda, de cabelos negros acabados de esticar e que ainda não viram a cama, nos afazeres e lides do normal de um snack disse algo que não entendi a uma outra pessoa que ali estava e acabou a sorrir.

Sorriso dela, simpático mas que deixou transparecer os dentes não lavados alguns dias e dois deles em fase apodrecidos.

Pergunto eu, porque será que certas pessoas, tantas mesmo não só esta senhora, gastam dinheiro em cuidados supérfluos e tratamentos exteriores e desleixam o interior?
Porque será que uma ida ao cabeleireiro não lhe daria para uma consulta no dentista?

Porque será que entre esta e outras tantas e tantos não se olham ao espelho pela manhã e se perguntam a si próprios, Gosto de mim?