sábado, novembro 13, 2004

De Portugal a Paris


De Portugal a Paris
Ficas-te decepcionado em eu não ter escrito muita coisa nos últimos tempos, eu sei, mas como já te disse varias vezes que não estou aqui para fazer fretes, é decididamente uma realidade, ora me apetece ora não me apetece, não se trata de apetites como de uma refeição se tratasse mas sim, de quando em vez tenho umas nuvens de aborrecimento que pairam sobre mim e logo faço outra coisa em detrimento da escrita; Ao mesmo tempo até acho que a pausa de escrita me faz "refrescar" um pouco a vontade, não as ideias, pois essas são como uma nascente de agua que não para de crescer.

   Mas vamos ao post de hoje;

   Estou em Alsasua, numa área de serviço onde a maior parte dos camiões portugueses e não só, se abastecem de combustível por este ser o mais acessível economicamente e logo temos um duche como oferta para os mais interessados ou limpinhos, em plenos pirineus, terra dos bascos mesmo a seguir a vitoria, aqui chamam Gasteiz;

   Saí de casa pelas 8 horas da manhã, sempre contrariando a vontade da entidade patronal que por esta, teria que sair no Domingo e fazer pelo menos 6 horas de trabalho; Ao Domingo não saio, e pronto. Mesmo não sendo remunerado, não é isso que esta em causa mas sim o estar em casa unicamente.

   Cheguei a Vilar Formoso em 3hr e meia, normal para quem carrega 24 toneladas de carga e tenta cumprir minimamente os 80 km/hr. estipulados pela tolerância zero, o que nem sempre se cumpre a risca; e não se cumpre porque nas descidas é impensável fazer sofrer de tal forma os travões que a certa altura puderemos ter um incêndio nas rodas ou simplesmente partir os discos dos travões pela temperatura que estes atingem, logo com esta tonelagem face ao trajecto, inclinações em percentagens consideráveis conhecidas por imensa gente é impensável que um camião cumpra o estipulado por lei, e pronto.

   A cafeteira, ainda a mesma de há ano e meio, (nunca andei tanto tempo com o mesmo camião) tem se portado muito bem ultimamente, mas não deixa de ser uma Mercedes Actros o que logo a partida é um camião muito lento nas subidas, disso toda a gente sabe.
(nas descidas todos andam muito bem)

   Em alsasua. Onde já disse atrás, onde faço o meu descanso, cheguei com 9:30 minutos e com tempo já de inverno meti mãos a obra no que toca a dotes culinários, confeccionando um arroz de tomate e juntei uma ou duas pernas de peru grelhadas para mim e para o meu colega Freitas; Não demorou muito tempo, sem que o jantar estivesse pronto, para aparecer dois colegas da minha ex-empresa, o Lino e o Fernandes que prontamente o manjar esticou sobrando para os quatro á mesa; Por falar em mesa, quando estávamos a finalizar o cozinhado, começou a chover, mas uma chuva de morrinha, lenta e chata, acabamos por nos metermos todos debaixo de um reboque e assim pudermos acabar a nossa refeição que a devoramos como quem vai ao restaurante e não tem dinheiro para pagar e o empregado esta de costas...;)

   Até amanhã que há mais, são 23:00 e vou me por de pé pelas 5:40 hr.

   Nana bem...

   No outro dia, muito me custou levantar, chuva de qualidade tipo neve, vento e não sei mais o quê, mas mesmo assim tive que fazer o meu Wake Up.

   Este tempo horrível obriga a que se tenha mais prudência, ainda mais, no entanto obriga aos que não estão habituados a andar na estrada a andar ainda mais devagar, logo proporciona haver mais acidentes e quando acontecem, embarrila tudo; Como é o caso de neste momento estou na "Rocade" de Bordeaux parado no meio de três filas, tudo, mas tudo bloqueado, e sabes o pensamento de um camionista brincalhão neste momento ?, não sabes ? o pensamento mais propicio é o de rogar pragas ao tempo, e, desengana-te se pensas que é direccionado ao trânsito; Diz assim: "que pena não estar sol, que as meninas vinham todas de mini saia e eu entretinha-me aqui um bom bocado, enquanto isto não se resolve...ehehehe (ora, o que fui eu lembrar)

   É lógico que perante tanta chuva e maus tempo, um horário normal dá certinho para Paris no segundo dia, mas, fiquei-me por Orleans, a jantar um arrozinho de tomate e grelhei uma costela que me entreteu um bom bocado no que toca em saborear o que estava a volta de cada osso..., uma coisa que com essas merdices de restaurante, guardanapo em cima do joelho e um sorriso de cartão de visita, não podes fazer, eu aqui estou a vontade...

   Em Paris, descarreguei de pois de ter andado em passo de caracol durante 4 horas para percorrer 80 klms, sim ás 5 e 6 horas da manhã, já esta tudo normalmente um pandemónio, lá fiquei eu todo contente vazio e mandei-me com ordens transmitidas ontem em direcção a Lille, onde também se ouve a radio Portuguesa em 103.3 fm (antena1).
Agora vim parar a Lille, vim a correr, acelerei com os dois pés, amanha é feriado, e vou levar com ele aqui em França, só que quero tentar ir o mais para baixo possível, porque assim ainda tenho um restinho de hipótese de chegar a casa no sábado...coisa que me sabe mui ainda não almocei e cheguei a conclusão que mais valia ter ido almoçar, pois estou na seca, se não fosse aqui a minha escrita, estava concerteza a meditar, o Franciu aqui em Frente disse-me que eram somente 5 minutos, ainda lhe vou perguntar qual o critério que ele utiliza para o minuto dele..
...ainda não cabei, vou almoçar...

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