Cheguei a Veneza, ou melhor, o meu horário de10 horas de trabalho acaba de chegar ao fim deste dia 16 de Fevereiro precisamente na portagem de Dolo – Mirano (entrada da circunvalação de Veneza Mestre), arrumei a minha passarola o melhor que pude juntinho aos rails e com o som característico de tudo que é carro, camião e mota a arrancar depois de terem cumprido o seu dever de utentes da autoestrada 4, comecei a preparar o que iria ser o meu jantar de hoje;
Sopa de nabiças.
No inicio da cozedora da batata e da hortaliça aproximou-se de mim um colega polaco do camião que se encontrava estacionado na rectaguarda do meu, e, por entre linguagem internacional, o gesto e tudo, entendi que queria que fosse jantar com ele, recusei educadamente, por um lado por já ter iniciado a fazer o meu jantar, pelo outro o duvidoso, sou sincero, por entre esta gente existe uns bons outros menos e resolvi optar por ficar a defesa, enfim, coisas da vida, num ápice este humilde homem pegou-me num prato e foi-me buscar um nako de carne cozida tirada precisamente da panela onde fazia o seu repasto, explicando-me que seria demais para ele toda a carne que tinha cozido; Sorri e, afinal a minha sopa de nabiças colhidas da horta passava a levar xixa;
Após eu ter acabado, e como gosto de partilhar, não ficava descansado se não devolvesse o mesmo gesto ao meu colega de estrada, revirei as minhas quinquilharias dentro da minha casa rolante e não eh que encontro uma oferta dada há umas viagens atrás por um fornecedor onde carreguei, ora aqui esta um belo presente do meu país.
E ofereci çcom todo o orgulho e amabilidade com que me tinha abordado, Uma garrafa de vinho do Porto.
Se existem trocas ou ofertas com gosto, esta foi uma delas.
Gostava de saber falar polaco
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