quarta-feira, março 03, 2004

Quarta-feira, 3 de Março de 2004

Hoje estou de folga, sim de folga livre solto tão solto e livre e de folga que sinceramente não sei o que fazer; Nostalgia?!
Comprei um Jornal Diário, que com este andamento de promoções, não ficarei nada admirado se um dia comprar o jornal e vier agarrado um saco de batatas e um molho de nabiças; Cruzes canhoto! Raio de marketing e ciclo de vida de produto.
Eu acho que se houver um frasco de mijo a vir agarrado a um jornal, o povo compra, o dep. De vendas ainda não se deve ter é lembrado disso.
Livre do camião, desde as 21 hr. De ontem, fui directo ao meu local habitual de convívio, o Perestroika, o pouco tempo que estou, porque a seguir vem o sono da minha parte ou das filhotas, sinto-me bem.
Hoje, acordei com a sensação estranha de ter dormido numa cama que não era a minha, mas afinal eu estava em casa, esta cama é que é a minha e não a do camião, passo o tempo em casa a procura das coisas, sinto-me um estranho onde me deveria sentir pura e simplesmente EM CASA.
Peguei no meu carro e tento absorver cada milésimo de segundo que passa, pura e simplesmente estar, fui directo ao mar outrora meu companheiro diário, de longas conversas e por vezes algumas discussões sempre construtivas;
Com um olhar de quem se conhece há já algum tempo, trocamos um Olá,
Eu, cumprimentei-o com o habitual respeito e alegria de o rever mas também com imensa saudade de o sentir.
Esperto como é, sentiu isso, e aproveitou o meu estado indefeso para me dizer:
- Então Cyriacus?! Como andas?
(com o habitual sorriso malandro) continuou:
- Ainda continuas com o raio do camião? Daqui a nada nem o nó torto saberás dar quanto mais o Laís de guia.
- Sabes, eu tenho perguntado muitas vezes por ti A Lua, ela vê-te muitas vezes, mas eu não, isso assim não é justo.
- Tens que vir cá mais vezes;
- Anda lá volta, não fiques zangado com a última vez que eu te embalei mais do que querias na zona da Biscaia, eu ás vezes também preciso de espevitar um pouco e depois esqueço-me da força que tenho; O meu primo vento é a mesma coisa, somos da mesma família, a Natureza. Vocês humanos é que tem a mania da invencibilidade, mas tu sabes que sei muito bem como tratar disso.
- tenho saudades das nossas viagens; ainda me lembro das nossas longas conversas em que tu ligavas o barulhento piloto automático e vinhas para perto de mim sentado no varandim da proa a tomar aquele café horrível sem açúcar, que me davas quando já estava frio;
- Das noites que eu teimava em te levar para uma rota e tu querias ir para outra,
- De te embalar enquanto dormias,
- Dos nossos segredos.
- Quando voltas? Cyriacus.
Após duas horas a actualizar as nossas confidências, a falarmos de ti especialmente, e de tudo um pouco, despedi-me com a minha mala cheia de bons conselhos e com a promessa de voltar brevemente.

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